Mostrar mensagens com a etiqueta Permanência. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Permanência. Mostrar todas as mensagens



A distância tem-me assombrado novamente, mas desta vez com outro intuito. Hoje veio para relembrar, para que dê valor aos meus e aos que por mim passaram. Impossível seria esquecer-me de certos. Ainda hoje me lembro de ti. Recordo aquele nós, aquele que sempre me há-de ficar no coração. Lembro-me dos passeios, dos gestos e das palavras. Lembro-me das noites, dos sorrisos quando dizias que me amavas. A juntar a tudo ficou o orgulho, de teres sido meu, de ter sido tua. A alegria de ter partilhado e aprendido contigo, de ter crescido no bem e no mal. Completavas-me de forma insaciável, tanto que nunca esteve nos meus planos largar-te. Mas por vezes mudam-nos o rumo, e remar com vento contrario torna-se insuportável. Mas de ti, e daquele nós, guardei o melhor. As gargalhadas pelas coisas absurdas que muitas vezes dizia, os acontecimentos engraçados que nos envolviam, as lágrimas derramadas por amor e por saudade, o beijo final. Guardo-te cima de tudo a ti, mais que às memórias. Porque elas podem um dia distorcer-se, mas tu continuarás como hoje, comigo !
O que sou hoje, foi devido a ti.

É o que me calhou.

Houve um tempo em que eras um rei no meu mundo. Um rei, que fazia de mim uma princesa pequenina em horas de alegria. Essa era chamou-se ingenuidade, sendo fictícia ao mesmo tempo que me acompanhava a realidade. Hoje, se pudesse, agarrava em ti e em toda essa superioridade doentia, e punha-te a milhas! A quilómetros daqui, a países de distância. Ausentava-te anos luz, sem regresso. Fazia a tenra fineza de te comprar o bilhete se necessário, e ainda fazia um cartão de despedida.Tudo, desde que desaparecesses! Longe de mim e da minha querida mãe, que sempre se privou de tudo para me poder dar o que devia, o que merecia, e ainda luxos que sabia que eu queria. Sempre deixei andar, até me aperceber da situação. Tu que exiges de mim respeito, por ser filha tua. Tu que exiges compreensão quando nem sequer a ouvir os outros te dignas. Tu, que és a maior besta à face de tudo o que Deus criou, que és o único de quem não queria ter ligação de sangue, e sou obrigada a isso. Tu, que te fazes chamar de pai, e no entanto nunca me sustentaste, nunca me apoiaste, nunca sequer me ouviste. Tudo o que fazes é foder-me a vida, directamente e indirectamente quando fodes a da minha mãe! É negares-me um único tostão, por dizeres que já tenho dezoito anos, já me posso sustentar sozinha. Recusas a pagar-me seja o que for, desde roupa às propinas. Dizes que me viram contra ti. Será preciso ? A mim parece-me que fazes tudo tão bem sozinho. Amor por ti não tenho, nenhum! À minha mãe, porém, tenho-lho todo! Desde aqui, dando a volta a toda a galáxia existente. Ela, que sempre me deu tudo o que pode e não, me levou ao médico mesmo andando comigo ao colo durante quilómetros porque tu estavas bêbado demais para conduzir. Ela, que sempre me educou e apoiou, me ensinou a não mentir, a não roubar, a não ser egoísta e safar-me sozinha. Foi ela que fez de mim mulher, e não tu. Não tu que te dizes meu pai. Tu, por mim, nunca nada fizeste. Nem à escola me recolhias quando chovia a potes. Não, eu que viesse a pé para casa. Até os meus tios, são mais pais que tu. Não todos, mas aqueles dois com quem cresci, aqueles dois que sempre me deram tudo o que a minha mãe não podia, tudo o que tu não querias. Aqueles dois que me deram amor e carinho desde que nasci, que me cuidaram como se sua fosse, que me levaram onde fosse necessário só para que fosse feliz. Os tios e a minha Grande Mãe. É a eles que devo respeito, é a eles que tenho amor. Para ti ? Nada mais tenho se não pena.
Tanta boa gente a morrer, e tu ainda cá andas.
A morte bate à porta de tantos, mas deve ter perdido a tua morada.
E acredita que me sinto mal por quase te desejar tanto mal :|

Olhar ternurento engata milhões. Oh Yeah! como sou Machão.

Que masoquismo o meu, este de querer que permaneças. Eu sei bem porquê. Falavas, repetias, usavas tudo a teu favor e contagiavas-me com a nostalgia que querias pensasse que vivias. Mas não. Na realidade para ti era tudo tão belo. Não longe estavas de conseguir mais uma presa. Assim que viste uma oportunidade num momento, arrebataste-me, querendo parecer um leão feroz, mas na realidade não passavas de um cão esfomeado. Bem que ladravas para mim, e sendo honesta, não te culpo. O crime foi meu, por ter revelado que adorava um bom focinho de cachorro abandonado. Tu apenas o arremedaste.