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Cartas de amor ao ar.


doce,

deixa-me, antes de mais, salientar que tudo o que aqui direi será apenas a minha visão dos factos. Não pretendo, portanto, ofender ou ferir susceptibilidades.
Poderia começar por te dizer que – para mim - tudo começou há três anos atrás. Mas estou cansada de o repetir. Se não suscitou efeito, não será agora que irá interessar. Mas a verdade é mesmo essa; se não tivesses feito parte das minhas memórias de verão, naquele ano, hoje não sentiria o que sinto por ti – que, por muito que possas não acreditar, não é pouco. Mas fizeste, e depois desse, n’outros verões voltaste a estar presente e, em quase todos, com a mesma intensidade se sempre.
Não estranho o facto de te ser indiferente, visto que, ao contrário de mim, não trazes gravadas no coração todas as coisas ditas, as doçuras proferidas cada noite antes de dormir. Não censuro – cada um guarda o que quer e o que o marca. Não fui – e devo continuar a não ser – um marco importante. Repito: não censuro!
E eis que eu, perita em estragar tudo o que trago no peito, vou dizer o que nunca disse, ou pelo menos, o que nunca disse nestas palavras.
Não sei o que sou para ti e, chegando a esta situação, tenho muito medo de ouvir uma resposta. Eu gosto de ti, nada que já não soubesses. Que o interiorizes é outra coisa. Desde sempre gostei e inevitavelmente, gosto mais a cada dia. Vou gostando à medida que te conheço, à medida que te leio nas entrelinhas e te conheço os emaranhados. Porém, não sei como aproximar-me, não sei como conquistar-te, como tocar-te alma. Não sei o que te ocorre quando digo que gosto mesmo muito de ti, mas vou dar-te uma ajuda: para mim não és como os outros, não és alguém que se engate e se conquiste para elevar o meu ego, não és alguém que quero para “dar umas voltas”, como se diz em bom português. Para mim és diferente, és especial, és alguém que me enche o coração mesmo com todo o tempo que passa fora dele, és alguém que me faz querer ser feliz, porque me és prova de que se pode sorrir, és a prova de que há pessoas que valem a pena e tu és uma delas.
Seria, talvez, pouco sensato dizer que desde que te conheço que tento cair nas tuas graças, já para não dizer nos teus braços. Mas a verdade é essa. Não há uma altura em que me entres vida adentro que eu não me esqueça de tudo e de todos. Não há um único dia, desde que estás presente, que eu não sorria e não dê graças por te ter conhecido. Para mim és um pedaço essencial dos meus dias, és alguém que eu adorava ter diariamente comigo, és alguém de quem eu gostava de fazer parte, alguém a quem pudesse dar este mundo e o outro, a quem pudesse dar tudo de mim e quem sabe – esperar o mesmo.
E depois de tudo, sei que a estúpida sou eu, por pensar sequer que um dia, hás-de ver-me com os mesmos olhos que eu te vejo. Mas não posso parar de esperar, porque, quando se encontra alguém como tu, o mundo para.
Não quero que me interpretes mal e, acima de tudo, espero não te afastar com estas palavras. Quero, acima de tudo, ser-te amiga. Amiga a sério, daquelas com quem podes contar, daquelas a quem confias desabafos. Quero, mais do que isto, que sejas feliz. Feliz mesmo. E se algum dia, alguém te magoar, eu estarei a observar, para lhe partir os queixos num abrir e fechar de olhos.
Sê feliz, porque tu, mais do que tanta gente, mereces mesmo.
Um beijinho, desta sempre tua,
Marii*

Amar (gura) .


E como é estranho ver o que fomos e ver o que somos.
No inicio fugi. Fugi de ti e de mim. Tentei correr para longe do medo de sentir, de me envolver. Corri para longe da dor que já há muito me perseguia e que não queria que voltasse.
Olho para trás, para este que - infelizmente - foi pouco tempo e vejo tudo, cada pormenor. 
Recordo aquela noite, em que em grupo se passeou por estas bandas. Curiosamente a noite do primeiro beijo, aquele que surgiu de uma forma inesperada após um amuo discreto. Essa noite, estavas mal, devido a factores que não menciono por não acrescentarem nenhuma informação importante. Estavas comigo, de mão dada a passear por aquelas ruas, naquela noite ainda não tão gélida como as de hoje. As de hoje, em que já não te tenho. Lembro-me das conversas esclarecedoras, quando naquele Domingo, deitado tu na minha cama, e eu aconchegada no teu peito, se falou de nós como ainda individuais. Lembro-me de me falares de ti, dos teus medos, dos teus acontecimentos passados.
Recordo com a maior alegria, quando me dizias amo-te com todo o coração, e quando me enroscava no teu peito e no teu ombro devido à timidez que me envolvia. Lembro quando me dizias que eras diferente, e pedias que confiasse em ti, que tentássemos. Lembro quando afirmavas que me ias fazer feliz, e eu em ti - sem arrependimentos- confiei. Lembro-me de quando, naquela noite me pediste em namoro. Lembro de quando consegui finalmente dizer que te amava. Lembro-me de quando me quiseste levar a casa de fim de semana, lembro quando me falaste em ir passar a passagem de ano contigo, de quando sugeriste vivermos juntos. Lembro-me de me teres posto em primeiro lugar em situações que nunca esperei. Lembro-me de te ter magoado, de ter pedido perdão; lembro-me de sofrer. Lembro-me de esperar por ti, de te amar eternamente mesmo podendo parecer conversa da treta.
Sei, que apesar de tudo, hei-de ter confiança em ti, sempre. Sei que hei-de esperar por ti até ao último fôlego. Sei que te hei-de amar mais do que tudo na vida, para todo o sempre.
Gostava de em breve te ter comigo, gostava, de em breve poder mostrar-te que as coisas podem ser melhores, que sou capaz disso. Gostava de te poder mostrar que somos tanto, que podemos ir longe. Gostava de te conseguir dar a entender que és o Homem da Minha Vida. Gostava que soubesses que és o melhor que tenho e alguma vez tive ou alguma vez terei. Gostava que soubesses que tenho o maior orgulho em estar ao teu lado, tenho o maior orgulho em ti. Gostava que soubesses que és mais do que aquilo que pensas, vales tanto mais do que possas pensar. Quero que saibas que dava tudo para ser a mulher da tua vida; para passar contigo cada instante, para crescer e amadurecer a teu lado. Quero que saibas que sem ti, aqui, nada faz sentido algum, sem ti torno-me um eco amargo num corpo cheio de dor. 
Não quero perder-te, não quero aprender a ser eu sem ti. Não quero imaginar-me sem ti. Amo-te, tanto mais do que a própria palavra significa. Amo-te, tanto mais do que alguma vez se tenha visto no mundo.
Não quero passar mais noites assim, gelada numa cama. Não quero mais dias assim, amargurados de dor e arrependimento. Não aguento estar assim, lutar sem sucesso, esperar sem obter resposta.
Adorava fazer algo para te mostrar o quanto me és, mas como sei se valerá de algo?!
Garanto que dói, mas eu espero-te ! Espero o tempo que for preciso.  Estarei aqui, aguardando a tua chegada.
Amo-te, é tudo o que posso dizer para além de um perdoa-me!   
Que amargura esta! Amar dói, mas se é para o amor voltar, aguentar é um sacrifício mais que justificável *

Not this way !

Ainda não entendo. Não era suposto ter acontecido deste modo. Não foi desta forma que planeei. Poderia ter dado tudo certo. Mas não deu, e cá ando eu num pranto enorme e  tridimensional, que quase se assemelha ao que tinha no passado por esta altura. Os motivos não se cruzam, mas a dor - que em ambos os casos pode ser considerada rejeição - permanece intensa do mesmo modo. Não é isto que quero, não o é de todo. Foi-me negado um sonho, dos maiores, talvez por demasiado entusiasmo, talvez por ter planeado demais. Só isto pedia. Eu lá em cima, onde queria e no que queria. Não podia ter corrido deste jeito, de todo, não podia. Ontem fui onde me mandaram. O nó no estômago e o outro na garganta, fizeram-me visita depois de há tanto terem desaparecido. Não respirava,não ouvia, não falava quase. Senti-me perdida, tanto mais do que quando tive de mudar de país ! Não quero isto, juro que não quero !
Talvez dia 29 a minha sorte mude, talvez dia 29 o sorriso volte ao meu rosto. Talvez, até fique tudo como está...

Apressa-te ó Homem.



É uma obsessão compulsiva aquela de te querer, de te procurar. Incessantemente te escrevo e te chamo. Nada sei de ti, e contudo sinto que te conheço desde sempre. Nunca te olhei sequer atentamente, mesmo outrora ter sonhado que fosses de determinada maneira. Hoje isso não importa. Teimas em demorar, não sei se por criar ansiedade e desespero, se simplesmente porque ainda não sabes de mim. Talvez como nem eu sei de ti, mas sei que hás-de vir. Enquanto espero, entretenho-me. Preparo chá e biscoitos.  Acomodo-os naquela mesa de madeira. Aquela que tu hás-de gostar. Sento-me no sofá, de perna sobreposta. Vou dando trincas suaves nos bolinhos que preparei. Trincas pequenas, pois preparei poucos e quero sobrem para a tua chegada. Acompanho bebendo curtos goles de chá.
Outro dia esteve sol, brilhante e quente. Ontem tudo murchou. Espera ! Não foi ontem! Já faz tempo. Afinal espero-te há já tanto. O chá arrefeceu, as bolachas que te guardei - feitas com amor e carinho naquele dia em que decidi esperar-te - endureceram. Emagreci de alma de tanta fome de amor que tenho passado. Que é de ti meu Homem ? Que é de teu ser ? Tenho dito, espero só até ás primeiras gotas de chuva de inverno. Apressa-te, ou hás-de perder o brilho no (meu) olhar.

I'm Lost. I'm loosing everything.




Sinto-me mal. Algo dentro de mim ferve e me irrita. Não sei o que é, mas bom não pode ser. Enerva-me sentir-me assim. Quando me olho nada vejo. Vazia, transparente, talvez até mesmo inexistente. Não sei o que me aconteceu. Perdi o brilho, a luz. Perdi o riso, a fala. O coração palpitava. Deixou de dar sinais. Rebenta a cabeça cada vez que tento pensar, seja no que for, seja em quem for. Os olhos já tremem de tanto gastos estarem, de tanto olharem para o mundo e para a vida. De tanto olhar para as pessoas, todas elas uma amostra do que não ser . Perdi tudo, todos estão ausentes, perdi-me a mim. E o pior, é que não estava habituada já a isto. Não pensei sequer que pudesse voltar a acontecer. 


Perdi-me. Ausentei-me. Hei-de morrer, espero rápido, para voltar a renascer em força *

Estendo passadeira vermelha se não te demorares*


Podes vir até mim. Eu deixo. Livro-me de cada trapo que trago e sou tua. Desfaço-me de cada sombria sombra que se meta no caminho para te deixar entrar em passadeira vermelha. Arregaço cada sentimento que move a tua mente e faz vibrar o teu coração. Espero sejam tão supremas sensações como as vejo. Espero por um olhar que me percorra a alma e arrepie o corpo. Prescindo de palavras, com a condição de que me faças sentir. Vem e senta-te, olha para mim. Vês do que falava eu? Sentes no peito o ferver louco que te descrevia? É isso que quero seja nosso, partilhado. Podes vir, e chamar-me de Tua. Mais uma vez, to permito. Vem até mim, nunca me largues. Deixa que te sinta, que te olhe e sorria. Deixa que ame cada gesto, cada dia, cada momento. Vem, e presencia cada instante. Vem, sintamos e amemos.
Vem, venhas tu de onde vieres.
Vem, sejas quem fores. Mas vem, Homem da Minha Vida !
Vem, mas rápido, que eu espero só até às primeiras pingas de chuva que caírem no inverno *