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Amar (gura) .


E como é estranho ver o que fomos e ver o que somos.
No inicio fugi. Fugi de ti e de mim. Tentei correr para longe do medo de sentir, de me envolver. Corri para longe da dor que já há muito me perseguia e que não queria que voltasse.
Olho para trás, para este que - infelizmente - foi pouco tempo e vejo tudo, cada pormenor. 
Recordo aquela noite, em que em grupo se passeou por estas bandas. Curiosamente a noite do primeiro beijo, aquele que surgiu de uma forma inesperada após um amuo discreto. Essa noite, estavas mal, devido a factores que não menciono por não acrescentarem nenhuma informação importante. Estavas comigo, de mão dada a passear por aquelas ruas, naquela noite ainda não tão gélida como as de hoje. As de hoje, em que já não te tenho. Lembro-me das conversas esclarecedoras, quando naquele Domingo, deitado tu na minha cama, e eu aconchegada no teu peito, se falou de nós como ainda individuais. Lembro-me de me falares de ti, dos teus medos, dos teus acontecimentos passados.
Recordo com a maior alegria, quando me dizias amo-te com todo o coração, e quando me enroscava no teu peito e no teu ombro devido à timidez que me envolvia. Lembro quando me dizias que eras diferente, e pedias que confiasse em ti, que tentássemos. Lembro quando afirmavas que me ias fazer feliz, e eu em ti - sem arrependimentos- confiei. Lembro-me de quando, naquela noite me pediste em namoro. Lembro de quando consegui finalmente dizer que te amava. Lembro-me de quando me quiseste levar a casa de fim de semana, lembro quando me falaste em ir passar a passagem de ano contigo, de quando sugeriste vivermos juntos. Lembro-me de me teres posto em primeiro lugar em situações que nunca esperei. Lembro-me de te ter magoado, de ter pedido perdão; lembro-me de sofrer. Lembro-me de esperar por ti, de te amar eternamente mesmo podendo parecer conversa da treta.
Sei, que apesar de tudo, hei-de ter confiança em ti, sempre. Sei que hei-de esperar por ti até ao último fôlego. Sei que te hei-de amar mais do que tudo na vida, para todo o sempre.
Gostava de em breve te ter comigo, gostava, de em breve poder mostrar-te que as coisas podem ser melhores, que sou capaz disso. Gostava de te poder mostrar que somos tanto, que podemos ir longe. Gostava de te conseguir dar a entender que és o Homem da Minha Vida. Gostava que soubesses que és o melhor que tenho e alguma vez tive ou alguma vez terei. Gostava que soubesses que tenho o maior orgulho em estar ao teu lado, tenho o maior orgulho em ti. Gostava que soubesses que és mais do que aquilo que pensas, vales tanto mais do que possas pensar. Quero que saibas que dava tudo para ser a mulher da tua vida; para passar contigo cada instante, para crescer e amadurecer a teu lado. Quero que saibas que sem ti, aqui, nada faz sentido algum, sem ti torno-me um eco amargo num corpo cheio de dor. 
Não quero perder-te, não quero aprender a ser eu sem ti. Não quero imaginar-me sem ti. Amo-te, tanto mais do que a própria palavra significa. Amo-te, tanto mais do que alguma vez se tenha visto no mundo.
Não quero passar mais noites assim, gelada numa cama. Não quero mais dias assim, amargurados de dor e arrependimento. Não aguento estar assim, lutar sem sucesso, esperar sem obter resposta.
Adorava fazer algo para te mostrar o quanto me és, mas como sei se valerá de algo?!
Garanto que dói, mas eu espero-te ! Espero o tempo que for preciso.  Estarei aqui, aguardando a tua chegada.
Amo-te, é tudo o que posso dizer para além de um perdoa-me!   
Que amargura esta! Amar dói, mas se é para o amor voltar, aguentar é um sacrifício mais que justificável *



A distância tem-me assombrado novamente, mas desta vez com outro intuito. Hoje veio para relembrar, para que dê valor aos meus e aos que por mim passaram. Impossível seria esquecer-me de certos. Ainda hoje me lembro de ti. Recordo aquele nós, aquele que sempre me há-de ficar no coração. Lembro-me dos passeios, dos gestos e das palavras. Lembro-me das noites, dos sorrisos quando dizias que me amavas. A juntar a tudo ficou o orgulho, de teres sido meu, de ter sido tua. A alegria de ter partilhado e aprendido contigo, de ter crescido no bem e no mal. Completavas-me de forma insaciável, tanto que nunca esteve nos meus planos largar-te. Mas por vezes mudam-nos o rumo, e remar com vento contrario torna-se insuportável. Mas de ti, e daquele nós, guardei o melhor. As gargalhadas pelas coisas absurdas que muitas vezes dizia, os acontecimentos engraçados que nos envolviam, as lágrimas derramadas por amor e por saudade, o beijo final. Guardo-te cima de tudo a ti, mais que às memórias. Porque elas podem um dia distorcer-se, mas tu continuarás como hoje, comigo !
O que sou hoje, foi devido a ti.

É o que me calhou.

Houve um tempo em que eras um rei no meu mundo. Um rei, que fazia de mim uma princesa pequenina em horas de alegria. Essa era chamou-se ingenuidade, sendo fictícia ao mesmo tempo que me acompanhava a realidade. Hoje, se pudesse, agarrava em ti e em toda essa superioridade doentia, e punha-te a milhas! A quilómetros daqui, a países de distância. Ausentava-te anos luz, sem regresso. Fazia a tenra fineza de te comprar o bilhete se necessário, e ainda fazia um cartão de despedida.Tudo, desde que desaparecesses! Longe de mim e da minha querida mãe, que sempre se privou de tudo para me poder dar o que devia, o que merecia, e ainda luxos que sabia que eu queria. Sempre deixei andar, até me aperceber da situação. Tu que exiges de mim respeito, por ser filha tua. Tu que exiges compreensão quando nem sequer a ouvir os outros te dignas. Tu, que és a maior besta à face de tudo o que Deus criou, que és o único de quem não queria ter ligação de sangue, e sou obrigada a isso. Tu, que te fazes chamar de pai, e no entanto nunca me sustentaste, nunca me apoiaste, nunca sequer me ouviste. Tudo o que fazes é foder-me a vida, directamente e indirectamente quando fodes a da minha mãe! É negares-me um único tostão, por dizeres que já tenho dezoito anos, já me posso sustentar sozinha. Recusas a pagar-me seja o que for, desde roupa às propinas. Dizes que me viram contra ti. Será preciso ? A mim parece-me que fazes tudo tão bem sozinho. Amor por ti não tenho, nenhum! À minha mãe, porém, tenho-lho todo! Desde aqui, dando a volta a toda a galáxia existente. Ela, que sempre me deu tudo o que pode e não, me levou ao médico mesmo andando comigo ao colo durante quilómetros porque tu estavas bêbado demais para conduzir. Ela, que sempre me educou e apoiou, me ensinou a não mentir, a não roubar, a não ser egoísta e safar-me sozinha. Foi ela que fez de mim mulher, e não tu. Não tu que te dizes meu pai. Tu, por mim, nunca nada fizeste. Nem à escola me recolhias quando chovia a potes. Não, eu que viesse a pé para casa. Até os meus tios, são mais pais que tu. Não todos, mas aqueles dois com quem cresci, aqueles dois que sempre me deram tudo o que a minha mãe não podia, tudo o que tu não querias. Aqueles dois que me deram amor e carinho desde que nasci, que me cuidaram como se sua fosse, que me levaram onde fosse necessário só para que fosse feliz. Os tios e a minha Grande Mãe. É a eles que devo respeito, é a eles que tenho amor. Para ti ? Nada mais tenho se não pena.
Tanta boa gente a morrer, e tu ainda cá andas.
A morte bate à porta de tantos, mas deve ter perdido a tua morada.
E acredita que me sinto mal por quase te desejar tanto mal :|