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Heart memories's box.

Como ele acelera. Bate, bate e não para. Roda e se torce, e se preciso se cose. Pula e chora. Tem sentido duplo das coisas. Cuida dele. É robusto. Faz de tudo para cuidar de mim, mesmo quando eu sempre cuidei tão pouco dele. Usei-o com qualquer indivíduo, dei-o de boa fé a tantos seres, fi-lo sofrer, rasguei-o. Cheguei mesmo a matá-lo. E ele está lá. Danificado, mas ainda bate. Fá-lo por mim. Por mim ele bate e tenta recompor-se. Fá-lo, porque tal como eu te espera, vos sente. Te espera, ó tu do futuro. Vos sente, ó vós do passado. Ele, que mesmo quando de cerebelo eu já não funcionar bem, há-de despontar em mim o vício. Há-de desencadear as recordações de sempre. Poderei já não vê-las. Os olhos estarão gastos e podres, cansados da rotina que me desgastou. Mas com ele, hei-de senti-las. Às emoções e às memórias. Elas que desde sempre me possuíram e moldaram. No bem e no mal. Tanto me são, que sei, que mesmo após  a perda de qualquer sentido, com ele hei-de sentir. Com ele, meu coração.

É o que me calhou.

Houve um tempo em que eras um rei no meu mundo. Um rei, que fazia de mim uma princesa pequenina em horas de alegria. Essa era chamou-se ingenuidade, sendo fictícia ao mesmo tempo que me acompanhava a realidade. Hoje, se pudesse, agarrava em ti e em toda essa superioridade doentia, e punha-te a milhas! A quilómetros daqui, a países de distância. Ausentava-te anos luz, sem regresso. Fazia a tenra fineza de te comprar o bilhete se necessário, e ainda fazia um cartão de despedida.Tudo, desde que desaparecesses! Longe de mim e da minha querida mãe, que sempre se privou de tudo para me poder dar o que devia, o que merecia, e ainda luxos que sabia que eu queria. Sempre deixei andar, até me aperceber da situação. Tu que exiges de mim respeito, por ser filha tua. Tu que exiges compreensão quando nem sequer a ouvir os outros te dignas. Tu, que és a maior besta à face de tudo o que Deus criou, que és o único de quem não queria ter ligação de sangue, e sou obrigada a isso. Tu, que te fazes chamar de pai, e no entanto nunca me sustentaste, nunca me apoiaste, nunca sequer me ouviste. Tudo o que fazes é foder-me a vida, directamente e indirectamente quando fodes a da minha mãe! É negares-me um único tostão, por dizeres que já tenho dezoito anos, já me posso sustentar sozinha. Recusas a pagar-me seja o que for, desde roupa às propinas. Dizes que me viram contra ti. Será preciso ? A mim parece-me que fazes tudo tão bem sozinho. Amor por ti não tenho, nenhum! À minha mãe, porém, tenho-lho todo! Desde aqui, dando a volta a toda a galáxia existente. Ela, que sempre me deu tudo o que pode e não, me levou ao médico mesmo andando comigo ao colo durante quilómetros porque tu estavas bêbado demais para conduzir. Ela, que sempre me educou e apoiou, me ensinou a não mentir, a não roubar, a não ser egoísta e safar-me sozinha. Foi ela que fez de mim mulher, e não tu. Não tu que te dizes meu pai. Tu, por mim, nunca nada fizeste. Nem à escola me recolhias quando chovia a potes. Não, eu que viesse a pé para casa. Até os meus tios, são mais pais que tu. Não todos, mas aqueles dois com quem cresci, aqueles dois que sempre me deram tudo o que a minha mãe não podia, tudo o que tu não querias. Aqueles dois que me deram amor e carinho desde que nasci, que me cuidaram como se sua fosse, que me levaram onde fosse necessário só para que fosse feliz. Os tios e a minha Grande Mãe. É a eles que devo respeito, é a eles que tenho amor. Para ti ? Nada mais tenho se não pena.
Tanta boa gente a morrer, e tu ainda cá andas.
A morte bate à porta de tantos, mas deve ter perdido a tua morada.
E acredita que me sinto mal por quase te desejar tanto mal :|

Ninguém me manda ver vampiros enamorados.

"Ninguém chora com filmes desses!" - Ora, eu choro! Vi três capítulos de uma saga, e de repente dou por mim novamente no mundo que sempre fantasiei. Nunca deixei de lado esses sonhos, talvez nem nunca o venha a fazer. É tão bom pensar que comigo será assim. Poderia vir a ser. Não aquele amor que vem desde os tempos de escola, infelizmente. Para isso já cheguei tarde. Nem quero me suguem o sangue do pescoço, é claro. Mas como na película, quero um homem que me entenda, que por mim não tenha medo de lutar, que antes de pensar nele, pense em mim. Quero um homem, que perante o medo de perder a criatura que sou, me peça em casamento, que persista e  não ceda a um possível "não". Quero um homem, que me leve onde quiser, e que ao mesmo tempo não seja necessário sair do sítio para que o mundo saiba que nos amamos. Quero um homem, não que dependa de mim, mas que não viva sem mim. Quero um homem, meigo, querido e sensato. Quero um homem que me olhe, não como quem deseja tocar, mas como quem tem orgulho e admira. Quero um homem, que tudo o que faça, tudo o que pense, no início, no meio ou no fim, o leve até mim. Quero um homem, cuja única razão de viver seja a minha existência. Quero um homem, que trate de mim, que assuma cada sentimento, sem medo de nada nem de ninguém. Quero um homem, que me proteja e me aconchegue. Quero um homem com a qual possa estar abraçada horas a fio, sem trocar uma única palavra nem um único beijo, e sentir de igual jeito que me ama. Quero um homem que leia os meus pensamentos, que atenda cada meu pedido, mas não como escravo: como apaixonado. Quero um homem, que não imagine a sua vida sem mim, um homem que me deseje e me ame, cada dia sem cansar. Quero um homem, que me respeite e me compreenda. Quero um homem que me faça feliz, que nunca me deixe mesmo estando ausente. Quero um homem que não suporte o ser olhada por outros, mas que tenha orgulho por só ele me ter. Quero um homem em que cada dia seja diferente e único. Quero um homem, que mesmo sabendo que possa ser impossível, arrisque e fique comigo. Quero um homem, venha ele de onde vier.
Quero um homem, quero um amor real *