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Estou espantada comigo mesma, espantada com o meu ser e com a minha (nova) personalidade. Eu que desde sempre fui tão melo-dramática e exageradamente choramingas, estou numa de frieza e indiferença perante a situação que nesta altura me deveria ter deixado de rastos. Era de esperar que após o fim de algo que me era tão chegado ao coração - e de o ter visto com outra após apenas duas semanas - eu estivesse deprimida e a chorar em cada esquina da casa onde moro e nem é minha. Contudo não é isto que se passa. Estou completamente indiferente à situação. E nem me questiono o porquê, porque sinceramente pouco me importa. Consegui finalmente fazer o que tantas vezes a minha Pê teimou em ensinar-me: fazer do coração ponte forte, e não fraquezas. Ora, aqui estou eu, íntegra e completa, calma e muito sinceramente, contente.
Estou aqui, e depois de tudo o que seria de esperar , no meu pensamento estão apenas eles e elas, aqueles que importam, aqueles que fazem de mim forte e não fraca, aqueles que me erguem a seguir a cada batalha, aqueles que curam o meu coração com distracções, abraços e sorrisos - montes deles. Aqueles que estão presentes sempre, mesmo quando não podem, aqueles que ouvem mesmo quando o assunto já cansa, aqueles que me abrem os olhos quando algo fiz mal, aqueles que me abraçam sem ser necessário motivo. No meu pensamento estão apenas estes, os que valem a pena.

É o que me calhou.

Houve um tempo em que eras um rei no meu mundo. Um rei, que fazia de mim uma princesa pequenina em horas de alegria. Essa era chamou-se ingenuidade, sendo fictícia ao mesmo tempo que me acompanhava a realidade. Hoje, se pudesse, agarrava em ti e em toda essa superioridade doentia, e punha-te a milhas! A quilómetros daqui, a países de distância. Ausentava-te anos luz, sem regresso. Fazia a tenra fineza de te comprar o bilhete se necessário, e ainda fazia um cartão de despedida.Tudo, desde que desaparecesses! Longe de mim e da minha querida mãe, que sempre se privou de tudo para me poder dar o que devia, o que merecia, e ainda luxos que sabia que eu queria. Sempre deixei andar, até me aperceber da situação. Tu que exiges de mim respeito, por ser filha tua. Tu que exiges compreensão quando nem sequer a ouvir os outros te dignas. Tu, que és a maior besta à face de tudo o que Deus criou, que és o único de quem não queria ter ligação de sangue, e sou obrigada a isso. Tu, que te fazes chamar de pai, e no entanto nunca me sustentaste, nunca me apoiaste, nunca sequer me ouviste. Tudo o que fazes é foder-me a vida, directamente e indirectamente quando fodes a da minha mãe! É negares-me um único tostão, por dizeres que já tenho dezoito anos, já me posso sustentar sozinha. Recusas a pagar-me seja o que for, desde roupa às propinas. Dizes que me viram contra ti. Será preciso ? A mim parece-me que fazes tudo tão bem sozinho. Amor por ti não tenho, nenhum! À minha mãe, porém, tenho-lho todo! Desde aqui, dando a volta a toda a galáxia existente. Ela, que sempre me deu tudo o que pode e não, me levou ao médico mesmo andando comigo ao colo durante quilómetros porque tu estavas bêbado demais para conduzir. Ela, que sempre me educou e apoiou, me ensinou a não mentir, a não roubar, a não ser egoísta e safar-me sozinha. Foi ela que fez de mim mulher, e não tu. Não tu que te dizes meu pai. Tu, por mim, nunca nada fizeste. Nem à escola me recolhias quando chovia a potes. Não, eu que viesse a pé para casa. Até os meus tios, são mais pais que tu. Não todos, mas aqueles dois com quem cresci, aqueles dois que sempre me deram tudo o que a minha mãe não podia, tudo o que tu não querias. Aqueles dois que me deram amor e carinho desde que nasci, que me cuidaram como se sua fosse, que me levaram onde fosse necessário só para que fosse feliz. Os tios e a minha Grande Mãe. É a eles que devo respeito, é a eles que tenho amor. Para ti ? Nada mais tenho se não pena.
Tanta boa gente a morrer, e tu ainda cá andas.
A morte bate à porta de tantos, mas deve ter perdido a tua morada.
E acredita que me sinto mal por quase te desejar tanto mal :|

PS Esqueci-te :)



As letras já são rotina. Sejam elas mendigas ou pomposas, são constantes. Ouvem-me gritar, chorar e ainda me consolam. São tão amigas. E foram elas que ao longo deste tempo me fizeram aliviar o desgosto, a desilusão que criei para comigo, por não ter antes aprendido a levantar-me sem mostrar a queda. Não soube, e elas foram-me ensinando. Talvez não tarde, porque mais duros trambolhões virão. O que dantes via nelas, hoje parte esmoreceu. Graças às letras, benditas sejam - nelas que um Post Sciptum tornara-se bem mais que isso, ganhara perninhas e mesmo mãos, com as quais segurava na tesoura com que teimava recortar-me o coração- se não resultava picava-o.
Hoje, graças às letras, um Post Scriptum é apenas algo da qual me esqueci *