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Tardes assim.

São dias assim que recordava. Era de dias assim - ou momentos - que tinha já me enchido de saudade. Dias em que se ri e se chora de tanto se rir. Ri-se sem motivo. Da desgraça dos outros. Ri-se porque um saco fura e porque outro tem um caso. Ri-se porque se sonha com algo que não faz sentido mas nos envolve. Ri-se porque as frases que saem boca fora não pedem licença e entram a matar. Sim, a matar. Matam a tonta sensatez com que por norma se fala. Eram de momentos assim que esperava regresso. Momentos em que se fala sem nunca cansar, seja do mesmo ou do novo. Conspira-se a vida dos outros, eleva-se o nosso mesmo ego, espreita-se o futuro e enxotam-se os que não nos percebem nem nos querem. Relembra-se um passado, partilha-se o mesmo por não ter sido vivido em conjunto. Sorri-se, comem-se gargalhadas por entre chá, madalenas e pãozinhos que sabem a chocolate mas que nem sequer o têm. Eram tardes assim, na tua casa ou na minha Na da tia também dava. O importante é que sejas tu e eu. O importante, é que ainda sejamos nós, passado tudo e passado todos.
Afinal de contas, não foi sempre isso que apenas importou?