Quantas vezes este pobre já morreu, e quantas vezes o desgraçado há-de morrer ainda. Mas que é feito da minha capacidade de me saber atirar de cabeça, sem pensamentos paralelos e mesmo assim conseguir ser feliz? Digam-me, o que é feito? Devia pôr um panfleto, daqueles bonitinhos com fotografia a dizer "procura-se". Duvido contudo que adiantasse. Olhos, coração, mente, tudo me atraiçoa. Os olhos, porque não me permitem ver-me onde quero ir; o coração porque se afeiçoou de novo, e sem meu consentimento, mais uma vez; a mente porque gosta de me intimidar com imagens de um passado do qual não me consigo despegar. E assim, sendo três contra um, agarro-me à única coisa que me pode ajudar: o Tempo. E mesmo esse, alia-se a mim por pouco tempo. Não tenho tempo nem paciência. Apenas medo e tantas decisões por tomar.
" quem mais te dá na vida é a própria vida; podes ler, ouvir dizer mas tem coisas que só ela ensina "