Pum Pum, estás morto (aa)

Ora meu caro, vamos a contas. Estás no fim dos teus dias - no último aliás - e deves-me tanto ainda. Tanto que já não vais a tempo de dar. Perdoo-te, até porque eu talvez te deva algo também - um  pedido de desculpas, por não te ter sabido aproveitar como talvez devia.
Não sei recordar tudo ao pormenor, a minha mente já não é aquela que fora com os teus antepassados. Oxalá melhore com este teu filho que nos deixas, este 2011. Sei contudo que me deste muito, que contigo cresci. Notei grandes progressos, grandes melhorias, que nestes últimos tempos recusaste em continuar.
Em Janeiro fizeste-me permanecer com a dor de um amor vindo do passado, deixaste que continuasse com ele colado ao peito. Porém, ao longo dos meses, trouxeste-me a cura, que por sua vez me trouxe mais um desgosto no mês de Maio - O canivete suíço, o enfermeiro, o macaco, como lhe chamava a Regina. Não sei entre estes meses o que se passou, sei apenas que deixaste que eu vivesse, junto dos que me eram tanto, junto da mamã e da Regina, da titia e da Pê. Sei que em Maio me levaste ao Rock In Rio, mais uma vez com aquela que me é tanto. Sei ainda que em Maio me devolveste alguém que me era importante, e que mais tarde (Novembro) viria para ficar. Trouxeste-me em cada mês sorrisos, abraços, beijinhos e mimos. Deste-me passeios ao Pingo Doce, ao Modelo e ao Parque da Curia, sempre com Ela. Em Junho deste-me os belos dos exames nacionais, que sinceramente me destruíram. Em Julho trouxeste-me as candidaturas à faculdade, que me fizeste mudar bem 4 vezes, para em Setembro me dares os resultados e arrasares comigo. Contudo Setembro chegou a surpreender. Foi nele que me fizeste conhecer as pessoas fantásticas do meu curso, do meu ano. Foi nele que me apresentaste de forma inesperada o Homem Da Minha Vida, o Amor da Minha Vida. Ainda neste mês me fizeste anular a candidatura, pondo inconscientemente de lado a Melhor Amiga de sempre. Em Outubro e Novembro, fizeste-me estar apaixonada como nunca antes tivera estado. Em fins de Novembro e Início de Dezembro mandaste-me à Covilhã, passar dos melhores dias do ano, mais uma vez com Ela. Em Dezembro tiraste-me tudo. Destruíste-me emocionalmente e psicologicamente. Há que salientar que me fizeste engordar, e não gostei. Bad, bad 2010. Mas não te guardo rancor, a culpa não é só tua. Não soubemos lidar um com o outro, não encaixámos. São coisas da vida.
Agradeço-te pelas pessoas que me trouxeste, por aquelas que deixaste que permanecessem. Detesto-te pelos que me levaste, pelos erros deixaste que cometesse. Mas sabes? Agora olho para ti, já no fim, e rio-me à tua custa. Rio porque tu morres e eu fico, capaz de viver mais e melhorar. Fico, com os que realmente fazem falta e realmente preciso. Enquanto que tu, esgotaste o teu tempo de antena . Bye bye. Pum Pum, estás morto, caro 2010 :)